Erradicação da Malária e tratamento para surdez
Uma descoberta anunciada esta semana na África do Sul pode ser a resposta para a erradicação da malária. Desenvolvido por cientistas da Universidade da Cidade do Cabo, o medicamento, chamado MB 390048, promete combater os cinco tipos da doença com apenas um comprimido de dose única.Enquanto isso, no Reino Unido, passos importantes no tratamento da surdez são dados. Uma equipe da Universidade de Sheffield descobriu que é possível restabelecer, parcialmente, a audição em animais ao usar, pela primeira vez, células-tronco de um embrião humano para isso.
Estes são apenas dois exemplos de descobertas que a ciência trouxe à tona em 2012, pelo menos até agora. Mês a mês, novos avanços, nos mais diferentes campos, são divulgados pela comunidade científica. Confira outros sete nesta galeria de imagens:
Nova espécie de humanos é encontrada no Quênia
Em 1972, antropólogos encontraram no Quênia um crânio que recebeu o nome científico de Homo rudolfensis. O fóssil foi datado em 1,9 milhão de anos e, segundo estimado pelos cientistas que realizaram a descoberta, seria de uma nova espécie humana, contemporânea ao Homo habilis.Nessa determinação, porém, surgiu um problema, pois encontraram apenas um fóssil, o que dificultou a consolidação da hipótese. Os traços do crânio de fato eram muito diferentes do outros exemplares do Homo habilis e então instalou-se um debate sobre sua real origem: seria aquele indivíduo apenas diferente dos demais Homo habilis ou pertenceria ele a a uma nova espécie?
A resposta foi encontrada em meados de 2012, quando novos fósseis foram escavados na mesma região e são semelhantes ao crânio encontrado nos anos 70. A pesquisa foi parar na revista Nature e confirmou que os fósseis, de fato, pertencem a uma nova espécie.
Primeira pílula de prevenção ao HIV é aprovada nos EUA
Em julho, a Food and Drug Administration (FDA), responsável pelo controle de remédios nos EUA, aprovou o que é considerada a primeira pílula capaz de agir na prevenção do vírus causador da AIDS, em indivíduos não infectados, o Truvada.Antes da sua aprovação, vários estudos apontaram que o Truvada poderia se transformar em uma arma eficaz no combate à doença. Em um deles, por exemplo, realizado em casais em que um dos membros é portador do vírus, percebeu-se uma redução de até 75% no risco de contaminação.
Segundo a FDA, a ideia é que a medicação seja usada por pessoas que estejam em alto risco de contração do vírus e que possam ter contato sexual com parceiros já portadores de HIV. O Truvada deve ser tomado diariamente e deve ser usado junto a outros métodos de prevenção à doença, como sexo seguro, e testes regulares de HIV.
Bóson de Higgs é detectado
A teoria que previu a existência desta partícula foi elaborada nos anos 60, pelo cientista escocês Peter Higgs. O bóson de Higgs é uma partícula subatômica, parte do chamado Modelo Padrão, que descreve, entre outras coisas, a constituição da matéria, e o bóson era a única partícula que ainda não havia sido observada.Isso até julho de 2012 quando cientistas do CERN anunciaram ter encontrado uma partícula parecida com o bóson de Higgs. Apesar da cautela dos físicos em afirmar que a descoberta é o bóson, estimativas praticamente confirmam: a chance de a partícula encontrada não ser o bóson é de apenas uma em 3,5 milhões.
Os experimentos para detectar o bóson vêm sendo realizados há tempos. Mas apenas em com o Grande Colisor de Hádrons (LHC), o mais poderoso acelerador em atividade, é que foi possível detectá-lo
Na Suécia, surge uma arma contra o Alzheimer
O mal de Alzheimer é uma doença para a qual ainda não existe cura. Há, porém, uma nova vacina, em testes no Instituto Karolinska, em Estocolmo (Suécia), e que parece ser capaz de combater a proteína beta-amiloide.Esta proteína, quando processada de forma inadequada pelo corpo acaba por se tornar tóxica, acumula no espaço entre os neurônios e os destrói. Pois a vacina desenvolvida pelos cientistas suecos tem como foco atuar exatamente nas defesas do organismo contra a proteína em sua versão danosa.
Já com a segunda fase de testes em humanos concluída, foi descoberto que 80% dos pacientes desenvolveram anticorpos contra a beta-amiloide danosa. O resultado promissor da pesquisa, explica a equipe, indica que a CAD106 pode ser um tratamento tolerável para pacientes portadores da doença a partir do seu nível mais leve até moderado.
Aquíferos gigantes são encontrados na África
Pela primeira vez, é produzido um retrato completo do volume de água subterrânea na África. Um estudo da British Geological Survey constatou que a região conta com enormes aquíferos. Agora, cientistas acreditam que será possível desenvolver estratégias mais eficazes para contornar a demanda por água na região.O estudo apontou que os maiores aquíferos estão localizados no mais improvável dos lugares: o norte da África, em países como Líbia e Sudão. Estimam que a quantidade de água sob o continente supera em até 100 vezes o volume encontrado na sua superfície.
A pesquisa ainda diz que mais de 300 milhões de pessoas não têm acesso à água potável na África. A extração, portanto, destes aquíferos pode ser essencial para o futuro das reservas de água doce do continente
Cientistas russos finalmente chegam ao lago Vostok
Depois de trinta anos de escavações, cientistas da Rússia conseguiram, enfim, chegar à superfície do lago Vostok, na Antártida. Localizado há quase 4 mil metros de profundidade, o local abriga o que é considerada a água mais pura e antiga de todo o planeta.A importância do anúncio vai além do fato de que o local é o maior lago subterrâneo do planeta. Um estudo aprofundado do ecossistema conservado na água poderá revelar novas formas de vida e ainda contribuir para uma maior compreensão de como aconteceu evolução de espécies antes da era glacial.
Descoberto em 1957, o lago Vostok tem 300 km de comprimento, 50 m de largura, 1 km de profundidade e é formado por uma grande massa de água doce, coberta por gelo há mais de 20 milhões de anos.
Encontrado o local mais antigo de reprodução dos dinossauros
Paleontólogos da Universidade de Toronto Mississauga encontraram na África do Sul dez ninhos, cada um com cerca de 34 ovos, pertencentes a um dinossauro da espécie Massospondylus. A escavação, que teve início em 2006, descobriu o que é considerado o mais antigo local de reprodução dos dinossauros já encontrado, datado em mais de 190 milhões de anos.A presença dos ninhos espalhados em uma pequena área trazem evidências de como era complexo o comportamento reprodutivo dos primeiros dinossauros. Os fósseis podem ajudar os cientistas a entenderem as estratégias para reprodução, bem como os estágios iniciais da evolução destes animais.
Outro ponto importante da descoberta é que, em alguns dos ovos, os cientistas conseguiram retirar restos embrionários do Massospondylus, e que podem também revelar informações importantes sobre a biologia desta espécie herbívora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário