
Irving Falú, segunda base da seleção porto-riquenha (Crédito: AP Photo/Eric Risberg)
Jogar campeonato é diferente de jogar torneio curto. Porto Rico sabe
disso. Não é um time espetacular, não tem um elenco cheio de opções, mas
está na final do World Baseball Classic. Neste domingo, os caribenhos
cresceram nos momentos importantes e bateram o Japão, atual bicampeão
mundial, por 3 a 1. E, apesar do placar apertado, em poucos momentos
essa vitória pareceu em risco.A primeira parte do duelo foi marcada pelo domínio dos abridores. Mario Santiago arremessou 4 entradas e 1/3 e cedeu apenas duas rebatidas (nenhuma corrida). Kenta Maeda curou cinco entradas e cedeu uma corrida e quatro rebatidas. O placar apertado deixou o duelo para o bullpen, e para a habilidade dos rebatedores de explorar as eventuais deficiências dos arremessadores reservas.
Aí Porto Rico cresceu. Yadier Molina conduziu o bullpen de sua equipe com maestria, identificando uma impaciência crônica dos japoneses no bastão (talvez um efeito da falta de ritmo de uma equipe que ficou uma semana sem jogos). Com várias bolas de efeito, os arremessadores porto-riquenhos dominaram o ataque do Japão, que era eliminado com rapidez.
Por outro lado, os rebatedores porto-riquenhos botaram pressão logo no primeiro arremessador do bullpen asiático. Atsushi Nohmi cedeu uma rebatida para Mike Avilés e, em seguida, um home run para Alex Ríos . Porto Rico abriu 3 a 0 e precisou apenas administrar a vantagem.
A vitória só esteve ameaçada na oitava entrada, quando o Japão anotou uma corrida e teve dois homens em base com apenas um eliminado. Mas um erro infantil (veja o tópico “momento-chave” logo abaixo) permitiu aos caribenhos evitarem dano maior e fechar o jogo sem maiores sustos.
É a primeira vez que Porto Rico chega à final do World Baseball Classic. E a primeira vez que o Japão fica fora da decisão. Os japoneses ganharam as duas edições anteriores do torneio, em 2006 e 2009.
Momento-chave
Eliminação de Seiichi Uchikawa na 8ª entrada
O Japão perdia por 3 a 1, mas tinha corredores na primeira e segunda base, com apenas um eliminado. Apesar de estar jogando mal, o Japão estava a um home run de virar o placar. Hirokazu Ibata e Uchikawa receberam ordens de tentar roubo duplo de base, para ambos ficarem em posição de anotar corrida e com baixa possibilidade de queimada dupla. No entanto, Ibata titubeou no meio do caminho e decidiu ficar na segunda base. Uchikawa avançou e, sem poder pisar na segunda base, foi facilmente eliminado por abandonar a primeira base. Com dois eliminados, bastou JC Romero induzir Shinnosuke Abe a uma bola rasteira para terminar a entrada.
O cara
Yadier Molina
Ele foi quatro vezes ao bastão, e não conseguiu nenhuma rebatida. Ainda deixou quatro corredores em base. Mas beisebol não é só número, e basta olhar a ascendência de Yadier Molina sobre o time de Porto Rico para perceber. Ele é um técnico em campo, orientando a defesa e pautando cada arremesso da equipe. Ele chegou até a dar uma chamada em arremessadores durante o jogo. E foi essa liderança que levou Porto Rico a anular o ataque japonês.
O número
100%
O Japão sofreu oito strikeouts na partida. Todos (isso mesmo, todos) foram provocados por bolas de efeito no terceiro strike. Um sinal claro de problemas na leitura de arremessos, o que costuma ser uma virtude do beisebol japonês.
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