As mudanças no padrão alimentar mundial a partir da década de 1950
fizeram com que a obesidade se tornasse uma doença epidemiologicamente
importante em todo o mundo
O Japão tem hoje taxas de obesidade infanto-juvenil elevadas, ainda que
menores do que as do Estados Unidos ou do Brasil, mas esses índices têm
piorado
Agência FAPESP, de Tóquio – O Japão, um dos países
que ainda mantêm índices de obesidade abaixo da média mundial, corre o
risco de também enfrentar o problema de aumento da população com peso
acima dos padrões considerados normais. Isso porque nas últimas décadas o
modo de alimentação tradicional japonês tem se modificado,
especialmente com a adoção da fast food.
“O Japão tem hoje taxas de obesidade infanto-juvenil elevadas, ainda
que menores do que as do Estados Unidos ou do Brasil, principalmente
porque a população mais idosa consegue manter o padrão alimentar
tradicional japonês, que valoriza o consumo de peixes e vegetais”, disse
Lício Augusto Velloso, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Os japoneses estão preocupados com esse fenômeno. Depois que a
criança e o jovem se acostumam com um padrão alimentar é muito difícil
fazer com que retornem ao estilo tradicional de alimentação”, afirmou.
O pesquisador proferiu uma conferência no Simpósio Japão-Brasil sobre
Colaboração Científica, organizado pela FAPESP e pela Sociedade
Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS), entre 15 e 16 de março na
Universidade Rikkyo, com apoio da Embaixada do Brasil em Tóquio.
As mudanças no padrão alimentar mundial a partir da década de 1950
fizeram com que a obesidade se tornasse uma doença epidemiologicamente
importante em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que as grandes indústrias
alimentícias começaram a desenvolver tecnologias que melhoraram a
produção de alimentos, também se registrou o aumento da composição de
gordura saturada na dieta da população de diversos países, contribuindo
para que a obesidade se tornasse uma doença epidemiologicamente
importante em todo o mundo.
De acordo com Velloso, até recentemente se acreditava que, pelo fato
de a gordura saturada ter um valor calórico muito alto, a ingestão de
grandes quantidades de gordura por meio do consumo de alimentos
industrializados causasse, por si só, a obesidade.
O grupo de pesquisa que ele coordena descobriu, no entanto, que o
consumo em excesso de gordura saturada também causa uma inflamação no
hipotálamo, que faz com que os neurônios dessa região do cérebro – que
controlam a fome e o equilíbrio energético humano – funcionem de forma
anômala. Com isso, as pessoas obesas perdem a capacidade de controlar
adequadamente a fome e passam a comer cada vez mais.
A descoberta, realizada no âmbito de uma pesquisa apoiada pela FAPESP, foi publicada em 2005 na revista Endocrinology, da Sociedade Americana de Endocrinologia.
“Esse foi o grande avanço na pesquisa sobre as causas da obesidade
que obtivemos nos últimos anos, que demonstrou como a gordura – não
apenas por ser rica em calorias, mas também por promover danos neuronais
– contribui para que as pessoas se tornem cada vez mais obesas”,
ressaltou Velloso.
Segundo o pesquisador, pelo fato de ser quimicamente muito rígida, a
gordura saturada tem a capacidade de desenvolver inflamação em diversos
tecidos, inclusive no cérebro humano, órgão muito sofisticado do ponto
de vista biológico.
Qualquer processo inflamatório na região onde estão situados os
neurônios que controlam a fome, por menor que seja, acaba por afetar o
funcionamento das células cerebrais.
“Quando há uma inflamação no hipotálamo causada pelo consumo em
excesso de gordura saturada, os neurônios não conseguem mais produzir
neurotransmissores necessários para o controle da fome”, explicou
Velloso.
O jejum prolongado faz com que os neurônios produzam um
neurotransmissor chamado NPY que, disponível em grandes quantidades no
hipotálamo, provoca a fome.
Quando a fome é saciada, o cérebro humano recebe uma mensagem de
diversos “remetentes” – como do próprio estômago e dos nutrientes
absorvidos dos alimentos –, que leva os neurônios a parar de produzir
NPY e a fabricar outro neurotransmissor, denominado PONC, que dá a
sensação de saciedade.
O equilíbrio e a oscilação dos dois neurotransmissores é o mecanismo
fisiológico de controle que faz com que os seres humanos tenham ciclos
de fome e saciedade.
“Se o neurônio não funciona bem – como quando o hipotálamo está
inflamado em razão da ingestão em excesso de gordura saturada –, a
célula não consegue regular direito essas produções de
neurotransmissores e começa a funcionar de forma atrapalhada”, explicou
Velloso.
Desenvolvimento de fármacos
A descoberta de que o consumo em excesso de gordura saturada atrapalha o
funcionamento da região do cérebro humano que controla a fome abre a
possibilidade de encontrar alvos para medicamentos mais eficientes para
tratar a obesidade.
Isso porque, segundo Velloso, nenhum dos medicamentos disponíveis no
mercado para combater o acúmulo de peso age nessa região do cérebro.
“Hoje, não há um medicamento bom para obesidade. Estamos começando a
entender onde e como uma nova droga deveria agir, o que facilita um
pouco o trabalho do desenvolvimento de compostos com esse tipo de
função”, afirmou.
As anfetaminas, por exemplo, que nos últimos anos começaram a ser
banidas em diversos países, inclusive no Brasil, pertencem ao mesmo
grupo de drogas que a cocaína, agindo no sistema nervoso central e
causando dependência química. Além disso, as anfetaminas também têm
efeitos colaterais parecidos com os causados pela cocaína, como aumento
do ritmo de batimentos cardíacos e da pressão arterial.
“Uma droga ideal para a obesidade deve agir especificamente nos
neurônios do hipotálamo, diminuir a inflamação e melhorar o
funcionamento deles, sem apresentar efeitos colaterais como os das
anfetaminas”, avaliou Velloso.
Com a descoberta de que a inflamação no hipotálamo causada pelo
consumo em excesso de gordura saturada é uma das principais causas da
obesidade, o grupo da Unicamp tem se dedicado a entender melhor a parte
biológica da inflamação. Isso porque nem toda inflamação é igual. “Cada
tipo apresenta características peculiares”, disse Velloso.
Por meio de um Projeto Temático,
apoiado pela FAPESP, os pesquisadores pretendem caracterizar esse tipo
de inflamação, entender melhor como ela ocorre e encontrar uma forma de
solucioná-la pela via nutricional.
“Sabemos que, da mesma forma que há gorduras saturadas que promovem
inflamação no hipotálamo, existem gorduras insaturadas, como os ômegas,
que revertem em parte essa inflamação”, disse Velloso.
“Talvez se consiga encontrar substitutos alimentares que possam ser
enriquecidos na dieta e que revertam, pelo menos em parte, esse processo
inflamatório”, estimou Velloso.
MENU
- ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
- ARTE
- AULAS JAPONÊS
- BLOGS E SITES PARCEIROS
- CASTELOS DO JAPÃO
- CATASTROFE
- CELEBRIDADES
- CINEMA
- CLIPES
- CULINÁRIA
- CULINARIA JAPONESA
- CURIOSIDADES
- CURIOSIDADES DO JAPÃO
- CURSOS
- CURSOS GRÁTIS
- DICAS
- DICAS MARKETING
- DIVERSÃO
- DOWNLOAD
- Início
- VIDEOS-CLIPES
- VIDEO-AULAS
- IMAGENS DO JAPÃO
- E-BOOKS GRÁTIS
- ECONOMIA
- EDUCAÇÃO
- EMAGRECER
- ESPETACULAR
- ESPORTES
- EXPO
- EXPOSIÇÃO DE FLORES
- EXPOSIÇÃO DE FLORES JAPÃO
- FORMULA 1
- FAMÍLIA
- FAMOSOS
- FILMES
- FLORES
- FOTOS
- FUTEBOL
- GAMES
- GLOBO REPÓRTER
- HTML
- INCRÍVEL
- INFORMÁTICA
- INTERESSANTE
- JAPÃO
- LANÇAMENTOS
- LIVROS
- LUTAS
- MÁGICAS
- MARKETING
- MODA JAPÃO
- MODAS
- MOTOS
- NATUREZA
- NEGÓCIOS
- NOTICIAS
- OPORTUNIDADES
- PRAIAS
- RECEITAS DE CULINÁRIA JAPONESA
- RECLAMAÇÕES
- REDES SOCIAIS
- SAÚDE
- SENSACIONAL
- TECNOLOGIA
- TURISMO
- TUTORIAL TEXTO
- TUTORIAL VÍDEO AULAS
- VIAGENS
- VÍDEO AULAS LÍNGUA JAPONESA
- VÍDEOS
Total de visualizações de página
Procurando Plantas Exóticas E Raras? Temos as Plantas que você procura aqui !!!!
Olá Amigas (os),tudo bem? Visite nosso site e confira as plantas que temos.
Temos plantas raras e plantas para colecionadores.Temos plantas de todas as
espécies como: suculentas,cactos,rosas,samambaias,begônias,avencas,antúrios,
enfim,temos uma infinidade de espécies de plantas em sementes e mudas.
Nosso contato Whatsapp: 47-99656 1856 (vivo). Aguardamos a sua visita ou
contato.Atenciosamente:Pedro Osera.
Clique na Imagem !!!!!!!!!!!!!!!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário