A Agência de Cooperação Internacional (JICA) anunciou terça-feira um novo projeto de assistência técnica de 9,4 milhões de euros ao Programa de Cooperação Triangular para o Desenvolvimento Agrícola das Savanas Tropicais em Moçambique (PROSAVANA).
O projeto, desenvolvido por
agricultores brasileiros e japoneses em 12 distritos das províncias de
Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, no norte e centro de Moçambique,
abrange cerca de 700 mil hectares de terra e visa promover uma
agricultura empresarial, com uma forte componente de transferência de
tecnologia.
"Este ano vamos começar com um novo
projeto de assistência técnica ao PROSAVANA na ordem de 12 milhões de
dólares. Este montante junta-se aos anteriores 13 milhões de dólares já
disponibilizados para este mesmo fim, totalizando 25 milhões de
dólares", disse hoje o diretor Assistente da JICA para a África Austral,
Sakaguchi Kota, citado pela televisão e pela agência de notícias
moçambicana.
O anúncio foi feito aos jornalistas
moçambicanos à margem da Conferência Internacional sobre os
Investimentos em Moçambique, que decorre na capital japonesa, Tóquio, e
conta com a participação do ministro moçambicano da Agricultura, José
Pacheco.
Sakaguchi Kota afirmou que o Japão e
Moçambique estão a discutir futuras atividades a serem desenvolvidas no
âmbito do PROSAVANA, que vão compreender a cooperação técnico
-financeira não reembolsável, além de novos empréstimos para o programa.
Falando
na conferência, o ministro da Agricultura de Moçambique disse, por seu
turno, que o país "oferece vantagens comparativas para a produção
agrária", até porque, destacou, apenas 14 porcento de 3,3 milhões de
hectares de terra que podem ser irrigados estão em exploração.
As
autoridades moçambicanas consideram o PROSAVANA uma réplica de uma
cooperação bilateral que a 30 anos ocorreu no Brasil, numa região que
com características idênticas as do Corredor de Nacala.
As
organizações ambientais moçambicanas criticaram, no entanto, o governo
moçambicano por ter negociado com investidores brasileiros a concessão
dos 700 mil hectares de terra para o aproveitamento agrícola no norte do
país, alegando o risco de expropriações de terras aos camponeses em
Moçambique.
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