O programa é um pontapé inicial. Se fizermos um bom trabalho, a criança não terá problemas para ser incluída', diz Beatriz Griesinger
Desde 2008, com o lançamento da Política Nacional de
Educação Especial, as escolas públicas e privadas devem garantir o
acesso e a permanência de estudantes com necessidades especiais e
articular o ensino regular e a educação especial. Para antes da idade
escolar de 4 anos, o Ministério da Educação (MEC) prevê o atendimento
educacional especializado para apoiar o desenvolvimento dos alunos.
No Distrito Federal (DF), existem 18 centros de ensino
que disponibilizam a chamada educação precoce, que atende a crianças com
necessidades especiais desde o nascimento até os 3 anos de idade. O
programa atende a cerca de 2 mil crianças em todo o DF. O objetivo é
estimular e acolher esses meninos e meninas para que depois sejam
incluídos no ensino regular.
No Centro de Ensino Especial 2 de Brasília, localizado
no Plano Piloto, cerca de 90% das crianças são incluídas após terem
passado pela educação precoce. Para as crianças com síndrome de Down,
cujo dia internacional se comemora hoje (21), a taxa de inclusão é
superior, chegando quase à totalidade.
'O programa é um pontapé inicial. Se fizermos um bom
trabalho, a criança não terá problemas para ser incluída', diz a
responsável pelo programa na escola, professora Beatriz Griesinger. Ela
acrescenta: 'A gente quer que a criança com síndrome de Down tenha
espaço, que faça curso superior, que seja inserida no mercado de
trabalho. Essa é nossa luta maior e é o que vem acontecendo', diz.
Essas crianças acabam tendo uma rotina e uma carga de
atividades maior. Mas isso não é ruim, elas aguentam e se adaptam muito
bem a isso, incorporam essa rotina
Beatriz Griesinger
Beatriz explica que essas crianças precisam ser
estimuladas, em todos os sentidos. O programa prevê quatro eixos
principais: motor, cognitivo, de linguagem e socioafetivo. 'Essas
crianças acabam tendo uma rotina e uma carga de atividades maior. Mas
isso não é ruim, elas aguentam e se adaptam muito bem a isso, incorporam
essa rotina'. A educação precoce oferece atendimento de uma hora e
meia, em turmas com 15 crianças em média.
O momento é importante também, explica Beatriz, para que
os pais se aproximem dos filhos. 'Eles são um excelente estímulo para
os pequenos. Eles estão na fase do apego e têm uma relação muito próxima
com a mãe. É um momento para essa mãe e esse pai compreenderem melhor a
síndrome de Down, quais as limitações e o potencial dos filhos'.
No DF, ainda no hospital, ao receber o diagnóstico, os
pais recebem orientações. A educação precoce está entre elas. Além
disso, a Caderneta de Saúde "é um importante instrumento para que se
registre o desenvolvimento da criança, além de conter informações
necessárias e cuidados que os pais devem ter", orienta a educadora.
De acordo com o Censo Escolar, em 2011 foram
matriculados 558,4 mil alunos com necessidades educacionais especiais em
classes comuns no Brasil. Há dez anos esse número não chegava a 150
mil.
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