O novo remake americano de “Godzilla”, famosa série de filme japonês,
atraiu um grande número de pessoas em sua estreia nos Estados Unidos.
Segundo a emissora pública NHK, os cinemas localizados em um ponto
turístico de Los Angeles tiveram todas as seções lotadas na sexta-feira
(16), dia da estreia do filme nas salas americanas.
O novo filme de Hollywood é a primeira versão 3D da série. O elenco inclui o ator japonês Ken Watanabe.
O segundo remake americano acontece 60 anos depois que a versão
original foi lançada no Japão, em 1954. Os filmes da série produzidos no
Japão também foram lançados nos Estados Unidos e em outros países, se
tornando um dos maiores sucesso de bilheteria da indústria japonesa de
cinema. Além disso, Godzilla tornou-se uma das mais famosas criaturas
das histórias em quadrinhos e dos filmes.
O longa, que tem duração de duas horas, conta a história de Joe
Brody, um homem que cria o filho sozinho desde a morte de sua esposa em
uma usina nuclear no Japão. Quinze anos depois da morte da esposa, o
homem continua remoendo o acontecimento e busca encontrar explicações. O
menino cresce e se torna um soldado do exército americano que se
preocupa apenas em lutar para salvar a população mundial e sua família
do temível monstro Godzilla.
Comentários de críticos da Cineweb
Godzilla é, sem dúvida, um dos monstros mais icônicos do cinema
mundial. Personagem de mais de 20 produções desde a década de 1950, a
gigantesca criatura japonesa criada em meio à era atômica, em especial
após os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, ganha novo
fôlego com esta aguardada refilmagem que, desde os trailers, mostrou uma
incrível concepção visual.
Além da arte e dos efeitos especiais, divide a tela com o monstrengo
um elenco estelar formado por atores como Aaron Taylor-Johnson, Ken
Watanabe, Sally Hawkins, Juliette Binoche e Bryan Cranston, que por si
só chama a atenção para o filme. Porém, apesar de todos esses elementos,
há algo que falta nesta produção: o próprio Godzilla.
No roteiro escrito por Max Borenstein e Dave Callaham (de “Os
mercenários”), os testes nucleares feitos pelo mundo na década de 1950
eram, na verdade, tentativas de matar o gigante, em uma iniciativa
mundial chamada Projeto Monarca. A criatura pré-jurássica, que se
alimenta de radiação (quando a Terra ainda a emanava diretamente na
atmosfera), estava dormente e foi despertada com a utilização de
artefatos atômicos pelos Estados Unidos no pós-guerra.
Desaparecida nas profundezas do oceano desde então, a situação muda
no fim da década de 1990, quando os pesquisadores Dr. Ichiro Serizawa
(Watanabe) e Vivienne (Hawkins), responsáveis pelo projeto Monarca,
encontram, nas Filipinas, os restos mortais de um parente ancestral de
Godzilla e esporos preservados de uma outra criatura da época, o Muto.
Logo após a descoberta, em uma usina nuclear no Japão, o engenheiro
Joe Brody (Cranston) e sua mulher Sandra (Binoche) lutam para
identificar a origem de emissões eletromagnéticas que ameaçam destruir
as instalações e causar um acidente nuclear. A tragédia, no fim, é
inevitável, e Joe passa os próximos 14 anos buscando a verdade sobre a
tragédia que levou Sandra.
Já nos dias atuais Ford Brody, o filho do casal que, agora, é um
sargento do esquadrão antibombas do Exército norte-americano, volta a
encontrar o pai no Japão, preso por invadir a proibida área do acidente.
Sem ter como recusar, Ford se alia a Joe e ambos descobrem que, não
apenas o Projeto Monarca foi o responsável pela explosão, como está, às
escondidas, gerando o embrião do espécime achado nas Filipinas.
Inevitavelmente, o experimento dá errado e a iniciativa libera ao
mundo um monstro gigantesco capaz de levar, como diz o próprio Joe, “a
civilização de volta à idade da pedra”. Mas, onde estará Godzilla?
Quando nasce, o Muto faz vir à tona o mostrengo e a humanidade se
pergunta se virá para ajudar ou atrapalhar, já que a situação piora
quando se descobre que os EUA também gestaram um Muto para eles.
Com todo esse pano de fundo e explicações de contexto, o filme demora
a engrenar. Nos cortes estranhos feitos pelo diretor Gareth Edwards e
pelo editor Bob Ducsay (de “A múmia”), as aguardadas sequências de ação
em que Godzilla aparece são interrompidas abruptamente pelo drama da
Família Brody.
Assim, o que poderia dar agilidade à narrativa, apenas interrompe o
dinamismo da luta entre gigantes. Como se não levasse seu nome no
título, o monstro vira coadjuvante em seu próprio filme que, por mais
bem feito que seja, peca justamente nesse ponto: falta Godzilla em
“Godzilla”. O filme estreia em versões 3D, 2D e IMAX.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb.
Confira o trailer do filme:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=SpFBCZ5yrBI
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