E não há limites para a diversão. Se for um passeio de final de semana, por exemplo, os pets podem fazer rafting (descida de corredeiras com botes infláveis), stand up paddle (surf com remo), passeios de barco e trilhas no meio da mata. As sugestões podem parecer radicais e até assustam os donos no começo, mas tudo é feito com segurança.
No sábado (10), um grupo de 30 cachorros se encontrou no Acampamento Ranieri, em São Lourenço da Serra (SP), para uma trilha no meio da mata.
Entre olhares orgulhosos de donos veteranos e ansiosos dos que levavam os animais de estimação pela primeira vez, os pets percorreram uma trilha que os levou até um lago, para deixar a brincadeira ainda mais divertida.
Donos “adestrados”
Monalisa Lins/BOL Você sabia que golden retrievers têm “DNA de peixe”? A pergunta é só uma brincadeira para ilustrar o quanto cães desta raça são apaixonados por água. Seja em piscina ou lagos, os pets têm grande afinidade com exercícios aquáticos e se mostram nadadores natos – são uma espécie de “César Cielo de quatro patas”. Val Alves, personal dog trainer e especialista em comportamento canino da Gang do Zeca, explica que o fascínio dos pets por água é explicado mesmo pelo DNA da raça. Mas ela ressalta que eles não nascem “nadadores”. “O dono precisa estimular sem forçar. Eles precisam de confiança para descobrir que gostam de água. Depois que são ‘picados’ pelo ‘bichinho aquático’, ninguém segura”, brincou Val.
A designer Babi Marruecos, 55, é veterana em passeios com cães. Dona de quatro pets da raça border collie, ela conta que descobriu por acaso que podia desfrutar de momentos divertidos ao lado dos peludos. “Eu estava navegando na internet e vi um anúncio. Cliquei de curiosidade e simpatizei com a ideia”, conta.
A primeira trilha foi em 2011, e a agenda dos “melhores amigos” já conta com outros eventos radicais.
“Percebi que essas atividades fazem bem a eles. Um dos meus cães, por exemplo, o Alfredo, de 5 anos, ficou mais dócil. Ele era muito provocador em casa. Agora ele é mais sociável”, falou a designer.
Já a agente de segurança judiciária Gilzamara Rosa decidiu participar da trilha para também ter um momento de lazer, já que “quase nunca sai de casa”. Dona de três cadelas, ela decidiu levar apenas a fox paulistinha Athena para ver se daria conta da “filha” na aventura.
Sobre o receio mencionado por Larissa, o adestrador Marcelo Miranda revelou uma curiosidade sobre o trabalho comportamental antes das atividades. “Na verdade, o trabalho que a gente faz é mais voltado para os donos, que chegam com medo, com muitas preocupações. Ansiosos, eles esquecem que o passeio vai ser muito natural para os bichos, pois eles estão no meio da natureza, que reacende o instinto deles, que geralmente sabem até onde ir. Na verdade, a gente ‘adestra’ os donos”, brincou Miranda.
Depois da caminhada, Gilzamara falou sobre a experiência. “Eu estava enganada. Achei que a Athena teria problemas de comportamento, pois ela nunca esteve com um grupo de cães. Mas ela se divertiu bastante, e até eu, que não estava muito preparada fisicamente, gostei bastante”, contou.
Segundo Gilzamara, na próxima trilha – “já está decidido” -, Athena terá a companhia das “irmãs”, cadelas maltês e poodle.
5 motivos para você fazer trilha com o seu cão
- ProximidadeO passeio estreita o laço de amizade entre você e o animal
- Fica mais amigávelA atividade faz o cão interagir e socializar com outros pets
- Saúde física e mentalSeu cão merece diversão e precisa se exercitar
- Ar puroO contato com a natureza é importante para o pet
- Para conhecer o seu petO passeio vai mostrar que o seu bicho é mais inteligente do que você imagina
Fonte: Val Alves, personal dog trainer (Gang do Zeca)
Já pensou em viajar com o seu pet?
Mas antes é preciso familiarizar o bicho com as novidades, segundo Val Alves, personal dog trainer e especialista em comportamento canino da Gang do Zeca, que promove passeios radicais com pets.
Ela explica que, além de pensar na saúde e condições físicas do animal, é necessário fazer um treino com o bichinho. Em viagens de ônibus e avião, os animais são transportados em uma caixa. “É importante treinar o bicho, deixar ele se familiarizar com a caixa. Geralmente, eles se acostumam facilmente. É muito rápido para a caixa virar uma ‘toquinha’ para eles”, orienta.
Em passeios de carro, os bichinhos também podem ser transportados em caixas ou com a ajuda de cinto de segurança próprio para animais.
Pet friendly
- Em 2013, alguns hotéis e pousadas do Brasil aderiram ao selo “Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem Pet Friendly”, classificação que certifica que pets também podem se hospedar com seus donos. Criada pela agência Turismo Quatro Patas, a certificação garante serviços voltados para os bichinhos. “Pet Friendly” é como são chamados estabelecimentos que aceitam animais. Foto: Reprodução
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