Ricardo Sugano vive no país há oito anos e teve de conviver com ritual de iniciação duro na modalidade. Novatos não podem ter celular, por exemplo
Hoje, Sugano tem 1,94m e 180kg, mas chegou ao Japão com 40kg a menos e sem falar o idioma. Reverenciado pelos fãs, ele tem privilégios em sua academia, como um quarto próprio e o direito de ser servido pelos mais novos nas refeições. Entretanto, chegou a pensar em desistir quando viu o que os jovens sofriam nas academias em seu início no sumô, revelou ao "SporTV Repórter". Eles têm como obrigações fazer faxina, lavar roupa dos mais velhos e cozinhar. Até atingirem as categorias intermediárias, também não podem ter celular.
Ricardo Sugano empurra rival durante uma desuas lutas (Foto: Reprodução SporTV)
Em seu período no Japão, Sugano presenciou a pior fase do sumô no país, após uma sequência de escândalos que começou com a morte de um jovem lutador que foi espancado como punição por tentar fugir de sua academia. Depois, casos de doping de lutadores russos e uma suposta manipulação de resultados abalaram a modalidade, que foi afetada ainda com o aumento da popularidade do futebol.
No início dos anos 90, em média 200 jovens entravam para as academias todos os anos. Em 2012, foram apenas 56, o menor número de todos os tempos. Em 2013, a adesão aumentou para 73 praticantes, sinal de uma recuperação da modalidade.
- Um dos fatores é que naquele período era grande a população de crianças comparado com agora, que é a metade. Outro motivo foi o início da J-League, em 1993, e das boas campanhas da seleção de futebol. Antigamente as opções eram poucas, o beisebol o golfe. Daí surgiu o futebol, a natação. Ou seja, as opções pelos esportes olímpicos. As opções de esportes aumentaram e a procura pelo sumô diminuiu - disse o jornalista Sejou Kamiuse.
Refeição entre os lutadores de sumô: jovens ficam de pé e servem mais velhos


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