A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) anunciou que pretende colocar uma usina de geração de energia solar em órbita até 2025.
O Japão tem estado em busca de soluções alternativas de energia desde o acidente nuclear na usina Fukushima Daiichi, em março de 2011. Em função disso, a JAXA resolveu literalmente mandar uma usina de produção de energia para o espaço.
A ideia não é nova, vem dos anos 60, quando a tecnologia nesse sentido ainda estava apenas em seu início de desenvolvimento. Agora, com o desenvolvimento de materiais mais leves e resistentes, robôs auto-montáveis, painéis solares mais eficientes e lançamentos mais baratos para o espaço, tudo se tornou mais próximo do executável.
O projeto da JAXA, que é digno de ficção científica, consiste em uma usina (ou satélite) na órbita da Terra, a 38 mil quilômetros de altura, com vários quilômetros de comprimento, mais de 10 mil toneladas e coberta de painéis solares armazenando energia.
A agência explicou que a estação solar será atrelada a uma “ponte” com uma base com cabos de 9 km de comprimento. A função da mesma é dar um contraponto gravitacional para manter o satélite em sincronia com a rotação da Terra, em um ponto geoestacionário fixo.
Como a rotação da Terra não permite a recepção dos raios solares o tempo inteiro, espelhos foram adicionados ao projeto para refleti-los no painel 24 horas por dia.
Entretanto, isso é apenas o início deste desafio de bilhões de dólares. Depois de lançar a estação no espaço, a mesma terá de emitir feixes de energia a um pequeno alvo na Terra, contando com uma potente transmissão sem fio, algo que os humanos têm estudado há décadas, mas ainda falta aperfeiçoar seu desenvolvimento.
O plano é converter a energia solar coletada em microondas por serem capazes de viajar longas distâncias, evitando obstáculos como tempo e detritos. As microondas de energia então serão emitidas até para um receptor na Terra, onde será convertida em eletricidade.
A “usina espacial” terá capacidade de gerar 1 GW de energia, o equivalente a uma usina atômica. Além disso, existe a vantagem de que a estação pode trabalhar por tempo indeterminado, desde que “máquinas e sol” continuem a existir.
A JAXA afirma que o potencial da estação é grande, uma vez que painéis solares são até 10 vezes mais eficiente no espaço. “Estamos chegando próximos de onde tudo será possível”, afirma a JAXA em seu website.
Especialistas acreditam que a estação solar orbital da JAXA será bem sucedida e marcará o início da próxima corrida espacial no mundo. Fonte: Motherboard.
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