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domingo, 20 de abril de 2014

Passagem da Taça ajuda a reerguer cidade do Japão abalada por tsunami

Troféu se torna motivo de felicidade para a população de Rikuzentakata, que perdeu mais de cinco mil pessoas e foi um dos locais mais afetados na tragédia de 2011

 Estátua no Colégio de Takata (Foto: Rodrigo Faber) 

Estátua no colégio de Takata mostra a paixão
pelo futebol no local 

 

O dia 11 de março de 2011 ficou marcado como um dos mais tristes da história do Japão. Um terremoto de altíssima magnitude e um consequente tsunami devastaram a costa nordeste do país, reduzindo construções a escombros e matando mais de 15 mil pessoas. A cidade de Rikuzentakata, na província de Iwata e região de Tohoku, foi uma das mais afetadas. Perdeu cinco dos então 25 mil habitantes. Os efeitos da tragédia são visíveis até hoje: entre máquinas, caminhões e operários, a população ainda busca meios de se reerguer. Por meio da fé, da crença em um futuro melhor e também do esporte.
No Colégio Takata, localizado em um morro acima do palco da tragédia, uma estátua construída em 1998 - ano em que o Japão disputou a Copa do Mundo pela primeira vez - deixa clara a importância do futebol para os habitantes locais. Com a frase "Mantenha a esperança" gravada logo abaixo, dois garotos são retratados: um em pé, com um livro nas mãos, e outro sentado, com uma bola. 16 anos depois, com a equipe japonesa prestes a disputar o quinto Mundial consecutivo, o esporte mais popular do mundo se tornou combustível de esperança e alegria para crianças, adultos e idosos.
A ideia surgiu pouco tempo após o tsunami. Cientes do significado do futebol para a população, Miki Hosoya e Mako Fujita, alunas do colégio em questão, pensaram em um meio de fazer com que Rikuzentakata voltasse a sorrir, levando a taça da Copa do Mundo até a cidade – uma vez que o objeto rodaria o mundo e passaria pelo Japão. Reuniram todos os 10 representantes de classe da escola, debateram o planejamento e enviaram uma carta à Fifa e a uma das patrocinadoras do Mundial, na esperança de que as entidades se sensibilizassem e ajudassem-nas a realizar um sonho e amenizar a dor por tantas perdas naquele momento.
Cidade de Rikuzentakata em reconstrução (Foto: Rodrigo Faber)Cidade em reconstrução após tsunami (Foto: Rodrigo Faber)

Foram meses e meses de espera, mas a resposta foi positiva. Com a realização do Tour da Taça, entre setembro de 2013 e abril de 2014, Rikuzentakata foi oficializada como uma das centenas de cidades que receberiam uma cerimônia com o troféu. Após passagem pela capital Tóquio, o objeto mais desejado do futebol em todo o planeta acumulou duas viagens de trem-bala e mais um trecho de ônibus até desembarcar em um dos pontos mais simbólicos de todo o trajeto. No 89° de 90 países visitados, mais um sonho se tornaria realidade.
- Eu nasci e vivi toda a minha vida nessa cidade, e ela se transformou completamente desde o que aconteceu há alguns anos atrás. Por isso quero dividir essa experiência da taça com todos. Que seja marcante para cada uma das pessoas - afirmou Miki Hosoya, uma das idealizadoras do projeto, ao GloboEsporte.com.
Tour da taça japão (Foto: Rodrigo Faber )A passagem da taça por Rikuzentakata (Foto: Rodrigo Faber )
  A festa foi completa. Ex-jogadores do Japão, como Masashi Nakayama e Tsuyoshi Kitazawa, compareceram ao colégio e levaram o público ao delírio. As acanhadas arquibancadas de um campo de terra batida, bem como os espaços atrás dos dois gols, ficaram lotados para um amistoso entre os veteranos e alunos mirins da escola. Em um dia ensolarado da primavera japonesa, Rikuzentakata parou para assistir a uma significativa transformação por meio do esporte. Entre lágrimas pelas más lembranças do passado e sorrisos por um futuro melhor, venceu o futebol.
Uma dança simbólica
O Chao-Chao é uma dança típica na cidade. Em um local onde um terço da população tem 65 anos ou mais, as senhoras de maior idade se reúnem para executar uma série de passos que simbolizam a alegria e a manutenção de uma tradição milenar. Desde que o tsunami devastou Rikuzentakata, há pouco mais de três anos, elas não se reuniam para formar o tradicional círculo e exibir o orgulho local. A chegada da taça da Copa foi o que motivou o retorno do grupo à ativa, no círculo central do campo de futebol do Colégio Takata.
- Isso é algo que está na cultura japonesa, essa coisa da gratidão. A cidade recebeu a taça, e a população queria dar algo em troca. O tsunami foi um grande golpe para todo o país e principalmente para esse lugar - explicou uma das funcionárias da escola.
 Dança típica do Chao-Chao (Foto: Rodrigo Faber) Dança típica do Chao-Chao é praticada em campo de futebol (Foto: Rodrigo Faber)

Foram aproximadamente 15 minutos de pura emoção, logo antes do início do amistoso entre os ídolos japoneses e as crianças locais. Até mesmo o embaixador da Fifa e ex-jogador Christian Karembeu, campeão do mundo com a França em 1998, se arriscou nos passos do Chao-Chao, a convite das dançarinas. Satisfeitas com o resultado, elas posaram para a foto "oficial" gritando o nome do Brasil, onde a taça permanecerá até o dia 13 de julho, quando será levantada pela seleção campeã do mundo de 2014.
O Jogo da Felicidade
Ex-jogadores, árbitro profissional da JFA (Federação Japonesa de Futebol), entrada em campo com os dois times lado a lado, música, pontapé inicial dado por uma celebridade... Não faltou nada ao amistoso simbólico entre os ídolos do futebol local e aos jovens estudantes. Entre lances engraçados e impedimentos inexistentes marcados a favor das crianças pelos auxiliares, a principal preocupação foi que todos se divertissem e tornassem aquele dia inesquecível para Rikuzentakata. A partida foi batizada como "O Jogo da Felicidade".
- Vocês esperaram muito tempo por isso e merecem toda a alegria do mundo. Quero que todos saiam daqui hoje com um sorriso no rosto - disse Nakayama, jogador aposentado e responsável pelo primeiro gol do Japão na história das Copas, na derrota por 2 a 1 para a Jamaica, em 1998.
Times perfilados antes do "Jogo da Felicidade" (Foto: Rodrigo Faber)Times perfilados antes do "Jogo da Felicidade" (Foto: Rodrigo Faber)

O primeiro toque na bola foi dado pelo governador da província de Iwata, Takuya Tasso. Em cobrança de pênalti, ele chutou para fora na primeira tentativa, mas converteu a segunda e comemorou com todos os envolvidos. A seriedade dos consagrados ex-atletas e de outras figuras célebres japoneses, como o cantor Naoto Inti Raymi, ficou para trás. No intervalo, cinco dos adultos passaram para o time das crianças, que passou a ter 16 jogadores, contra apenas seis adversários.
- Agora eu vou ficar aqui na arquibancada. Está fácil demais - brincou o descontraído Nakayama, tomando para si o microfone do locutor do evento no intervalo da partida.
Com gols do próprio Nakayama, Naoto e Komatsubara, o time das estrelas venceu os garotos por 3 a 2. Definitivamente, o resultado era o que menos importava. A reação das crianças ao final da partida, quando foram posar para fotos e pegar autógrafos dos respectivos ídolos, deixou claro que a vitória foi de todos. Entre passes errados, chutes despretensiosos e lances divertidos, a cidade de Rikuzentakata foi a grande campeã.
Emoção na despedida
Uma apresentação musical de Naoto, da banda brasileira Monobloco e da orquestra do Colégio Takata fecharam o evento levantando o público. Quando o sol começou a se pôr, era hora da taça da Copa do Mundo ir embora e partir para os Estados Unidos, último país a recebê-la antes do desembarque no Brasil. Após ficar disponível para fotos em uma sala durante toda a tarde, o troféu arrancou lágrimas dos presentes ao dar adeus para a cidade. A importância daquelas horas era nítida para todos, de crianças a idosos.
Cartaz em apoio à região de Tohoku (Foto: Rodrigo Faber)Cartaz em apoio à região de Tohoku (Foto: Rodrigo Faber)
  - A missão foi cumprida. É um orgulho ter participado disso e dividido a emoção dessas pessoas ao ver a taça. É claro que o que aconteceu aqui ficará para sempre na memória de todos, mas é ótimo compartilhar da felicidade que o esporte pode trazer - afirmou Karembeu, que não participou da partida, mas foi muito tietado pelos habitantes locais.
A ousada ideia das alunas Miki Hosoya e Mako Fujita virou realidade. De um solidário projeto que tinha como objetivo espalhar a alegria em uma cidade onde o sofrimento passou a imperar durante anos, milhares de sonhos foram contemplados. Por uma tarde, a taça da Copa do Mundo honrou a memória de mais de 15 mil pessoas. E o futebol provou que está longe de ser somente um esporte.

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