
A região Nordeste concentra a
 maior parte das cidades com o maior número de armas de fogo no Brasil. 
Em 2010, dos 20 municípios com mais armas de fogo do País, 13 estavam no
 Nordeste, de acordo com um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada) divulgado nesta segunda-feira (1º). 
Para medir a quantidade de 
armas de fogo, o Ipea informou que o levantamento usou a proporção de 
suicídios e homicídios por arma de fogo, em relação ao total, para 
microrregiões do Brasil com mais de 100 mil habitantes. Uma microrregião
 pode conter mais de uma cidade. 
A liderança do ranking 
pertence à microrregião de Itamaracá, em Pernambuco, onde vivem cerca de
 165,8 mil pessoas e a taxa de homicídio é de 60,3 para cada 100 mil 
pessoas. 
João Pessoa (PB), onde a 
população supera 1 milhão de pessoas e a taxa de homicídio é de 77,1, 
aparece em segundo lugar. O terceiro posto pertence a Pacajus (CE), onde
 vivem 117 mil pessoas e a taxa de homicídio é de 27,3 para cada 100 mil
 pessoas. 
Maceió, com cerdca de 1 
milhão e 140 mil habitantes, ocupa a quinta posição, com taxa de 
homicídio de 101,3. Outros dois municípios alagoanos aparecerem no 
ranking: Palmeira dos Índios (4º), São Miguel dos Campos na oitava 
posição e Penedo (16º).
De acordo com o Ipea, “após o
 aumento da taxa de criminalidade que se deu a partir do começo dos anos
 80 no Brasil, que seguiu a reboque dos profundos problemas econômicos 
no país, iniciou-se uma verdadeira corrida armamentista em que a 
população, descrente na possibilidade do Estado garantir a segurança 
física e patrimonial, tentou por vias próprias garantir a sua proteção”.
 
O estudo relembra também que 
houve uma interrupção na busca por armas de fogo no Brasil no início dos
 anos 2000, mais precisamente em 2003, quando foi sancionado o ED 
(Estatuto do Desarmamento). 
Ainda que a Lei do ED seja de
 âmbito nacional, o controle das armas de fogo não necessariamente 
ocorre de maneira uniforme entre as unidades federativas, uma vez que a 
potência da Lei depende em parte da atuação e das políticas de coerção 
implementadas pelos governos e polícias estaduais. 
Na contramão
Por outro lado, entre as 
microrregiões com o menor número de armas de fogo em 2010, 12 estavam no
 Sudeste. A liderança pertence a Barreiras, na Bahia, onde moram 286,1 
mil pessoas e a taxa de homicídio é de 0,7 para cada 100 mil pessoas. 
A segunda posição é de 
Barbacena (MG), onde há 221,9 mil habitantes e a taxa de homicídio é de 
2,3 para cada 100 mil. Na terceira posição, aparece a microrregião de 
Médio Parnaíba Piauiense, região onde moram 130,8 mil pessoas e a taxa 
de homicídio é de 5,4 para cada 100 mil pessoas. 
Na conclusão, o estudo do 
Ipea indica que “há evidências que a difusão da arma de fogo concorre 
para o aumento da taxa de homicídios nas localidades e não possui efeito
 sobre a taxa de crimes contra a propriedade”.

 
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