A situação na península da Coreia continua a se agravar. Segundo os serviços secretos estadunidenses e sul-coreanos, a Coreia do Norte está a transferir mísseis balísticos Musudan para a sua costa leste.
Hoje foi divulgado um comunicado
do Estado-Maior General do Exército Popular da Coreia onde é declarado
que Pyongyang está preparado para responder às ameaças dos EUA “com
modernos mísseis nucleares ofensivos”. A operação das Forças Armadas “já
foi aprovada”, refere o comunicado.
Alguns peritos
de Seul consideram que a deslocação dos mísseis não passa de mais uma
jogada de Pyongyang. Na realidade poderá ser apenas um míssil e o seu
lançamento será comemorativo. Em meados de abril, a Coreia do Norte
comemora tradicionalmente a festividade mais importante do país, mais um
aniversário do nascimento do fundador da república, Kim Il-sung.
Já
o Pentágono está a levar a sério a transferência de mísseis. “Só
podemos errar uma vez e eu não quero vir a ser o ministro da Defesa dos
EUA que cometeu esse erro”, declarou na véspera o responsável pelo
Pentágono, Chuck Hagel, na Universidade Nacional da Defesa de Fort
Lesley J. McNair:
“Eles agora têm armas nucleares,
eles agora têm meios para o seu transporte. Eles estão a reforçar a sua
retórica militarista e algumas das suas ações das últimas semanas
representam uma ameaça clara e direta aos nossos aliados: a Coreia do
Sul e o Japão. Eles também proferiram uma ameaça direta e inequívoca
contra nós e contra as nossas bases na ilha de Guam.”
Os sistemas de mísseis do tipo Musudan
têm um alcance de cerca de 3 mil quilômetros. Eles podem atingir alvos
nos territórios da Coreia do Sul e do vizinho Japão. Não é de excluir
que eles possam estar em condições de atingir a ilha de Guam no Oceano
Pacífico. Em 2009, a Coreia do Norte produziu até 50 desses dispositivos
que foram apresentados em outubro de 2010 numa parada militar em
Pyongyang. Os peritos militares, no entanto, dizem que esses sistemas
ainda não completamente desenvolvidos e que foram pouco testados.
Os
EUA, no entanto, irão instalar na ilha de Guam, durante as próximas
duas semanas, um sistema móvel de defesa antimísseis THAAD. Para a
Coreia do Sul já foram enviados dois contratorpedeiros equipados com
mísseis antiaéreos. Os EUA também enviaram para a Coreia do Sul um
batalhão independente de defesa química, biológica e nuclear que tinha
sido retirado em 2004.
A Coreia do Norte, entretanto,
anunciou que se está preparando para retirar os 53 mil trabalhadores
norte-coreanos da zona econômica livre fronteiriça de Kaesong. Desde
ontem, o acesso dos especialistas sul-coreanos a zona está impedido.
Essa medida irá apenas agravar os problemas econômicos da Coreia do
Norte, declarou no dia 3 de abril a porta-voz do Departamento de Estado
norte-americano Victoria Nuland:
“Não é a primeira
vez que a Coreia do Norte declara a interdição do acesso dos
colaboradores sul-coreanos ao complexo industrial de Kaesong. Essas
proibições têm sempre e em primeiro lugar resultado em prejuízos para a
própria Coreia do Norte, cortando a entrada adicional de meios
financeiros na sua economia. Especialmente se considerarmos a grande
quantidade de norte-coreanos que lá trabalha. Nós consideramos que isso
vai levar ao aumento do isolamento do país.”
Pyongyang
iniciou a recuperação de um reator no centro nuclear de Yongbyon cuja
exploração poderá ser iniciada dentro de várias semanas, muito mais cedo
que o esperado. O reator, com capacidade para produzir plutônio para
fins militares, foi parado em 2007, segundo um acordo celebrado entre a
Coreia do Norte e a comunidade internacional. De acordo com informações
norte-americanas, em Yongbyon estão armazenados pelo menos 8 mil varetas
de combustível. Essa quantidade de material é suficiente para fabricar
oito ogivas nucleares.
O ministério
da Defesa do Japão está preparado para interceptar mísseis
norte-coreanos em um possível conflito na Ásia. No entanto, o governo
local avalia as chances de lançamento como "não muito altas".
Outros países que se opõem ao regiem norte coreano também se preparam. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul cancelaram o encontro anual dos comandantes supremos de suas forças armadas em Washington. Tal decisão foi tomada por iniciativa de Seul, receosa de que, na ausência de seu comandante, a Coreia do Norte possa organizar uma provocação militar.
De acordo com o embaixador brasileiro na Coreia do Norte, Roberto Colin, as atitudes dos militares locais são mensagens para que não subestimem o País e mostram que estão preparados para qualquer eventualidade. "Ataque preventivo" não deixa de ser uma contradição, porque a Coreia do Norte tem afirmado que não tomará a iniciativa de um ataque. mas que reagirá. Insiste, também, que suas armas nucleares são "defensivas".
"Acho que a Coreia do Norte deseja negociar com os Estados Unidos, mas sem condicionantes, como o abandono do programa nuclear. Ao contrário, ela deseja ser reconhecida como potência nuclear".
Outros países que se opõem ao regiem norte coreano também se preparam. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul cancelaram o encontro anual dos comandantes supremos de suas forças armadas em Washington. Tal decisão foi tomada por iniciativa de Seul, receosa de que, na ausência de seu comandante, a Coreia do Norte possa organizar uma provocação militar.
De acordo com o embaixador brasileiro na Coreia do Norte, Roberto Colin, as atitudes dos militares locais são mensagens para que não subestimem o País e mostram que estão preparados para qualquer eventualidade. "Ataque preventivo" não deixa de ser uma contradição, porque a Coreia do Norte tem afirmado que não tomará a iniciativa de um ataque. mas que reagirá. Insiste, também, que suas armas nucleares são "defensivas".
"Acho que a Coreia do Norte deseja negociar com os Estados Unidos, mas sem condicionantes, como o abandono do programa nuclear. Ao contrário, ela deseja ser reconhecida como potência nuclear".
Japão diz não permitir "provocação agressiva" da Coreia do Norte
Tóquio, 31 mar - O ministro porta-voz do
governo nipónico, Yoshihide Suga, garantiu hoje que o Japão "não pode
permitir a provocação agressiva da Coreia do Norte", em resposta às
crescentes ameaças do regime de Pyongyang.
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