Adolescente Joanne O'Riordan obrigou governo do país a voltar atrás postando um vídeo que tornou-se viral na internet
A história da irlandesa Joanne O'Riordan, 16 anos, tem sido motivo de comoção em seu país
A história da irlandesa Joanne O'Riordan, 16 anos, tem
sido motivo de comoção em seu país já há muito tempo. Quando ela era
apenas um bebê, seus pais foram a um conhecido programa de televisão
para falar sobre como a grave deficiência da filha - Joanne não têm
braços nem pernas - não havia abalado sua confiança de que ela teria um
grande futuro.
Agora, com apenas 16 anos, Joanne tornou-se a porta-voz
da luta pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência em seu
país.
A menina voltou a ganhar os holofotes da mídia quando se
tornou viral na internet um vídeo em que o atual primeiro-ministro
irlandês, Enda Kenny, lhe prometia que não faria cortes nas ajudas
financeiras e serviços oferecidos a deficientes.
A questão é que o corte dessas ajudas foi justamente uma
das primeiras medidas anunciadas por Kenny para lidar com a crise
fiscal em seu país. Logo após o anúncio do pacote de cortes, Joanne não
só colocou o vídeo com a promessa na internet como enviou uma carta ao
jornal Irish Examiner expressando seu desapontamento.
A história repercutiu tão negativamente que o governo irlandês foi obrigado a voltar atrás em sua medida.
Depois disso, Joanne foi convidada por programas de TV
irlandeses para contar sua história e falar sobre os direitos dos
deficientes.
Com um discurso que a imprensa local descreveu como
eloquente e cativante, uma determinação notável e grande senso de humor,
a menina conquistou o público irlandês e causou um grande impacto nas
mídias sociais.
"Pensava que o meu seria só mais um protesto varrido para debaixo do carpete", disse Joanne. "Coisa de um dia."
Vida com deficiência
Hoje, Joanne frequenta uma pequena escola secundária, mas no próximo ano irá para a universidade, onde quer estudar jornalismo.
Hoje, Joanne frequenta uma pequena escola secundária, mas no próximo ano irá para a universidade, onde quer estudar jornalismo.
Para a menina, o mais difícil de sua deficiência é o
fato de que não pode fazer nada sozinha. "Agora que estou ficando mais
velha às vezes quero arrumar o cabelo e fazer uma maquiagem. Outro dia,
quando ia a uma festa, tive de esperar que minha irmã Gillian chegasse
para me ajudar."
"Não posso simplesmente fazer minhas coisas, como me jogar no sofá com o controle remoto para ver TV."
Em abril de 2012, Joanne participou de um evento na sede
da ONU, em Nova York, em que falou sobre o papel da tecnologia em sua
vida.
No fim de seu discurso, ela pediu aos especialistas em
tecnologia que estavam na plateia para desenvolverem um robô que lhe
desse mais autonomia - e agora técnicos ligados à empresa Apple e ao
Massachussetts Institute of Technology (MIT) têm visitado a jovem
irlandesa para entender melhor quais são suas necessidades.
Joanne usa tecnologia todos os dias. Ela opera seu
celular e laptop usando a boca, nariz ou a parte de braço que tem.
Segurando uma caneta com os lábios diz que pode escrever 36 palavras por
minuto no teclado.
Em 2012, a menina ganhou o prêmio de Jovem Pessoa do Ano
na Irlanda. E neste ano, seu irmão, Steven, deve lançar um filme sobre
ela.
Steven, na realidade, já é um documentarista de sucesso
na Irlanda. Mas cada vez mais, os irlandeses se referem a ele como "o
irmão de Joanne".
"O documentário deve motivar quem o vê", diz Joanne. "As
pessoas devem sair do cinema sentindo que podem subir o Everest. Steven
quer ganhar o Oscar... mas eu só quero ser a nova Kim Kardashian",
brinca.
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