Se tem uma palavra que define Robert
Downey Jr. é versatilidade. Com 48 anos de idade e 43 de carreira
existem poucos atores que passaram por altos e baixos tão intensos em
sua trajetória. Indicado a dois Oscars e vencedor de dois Globos de
Ouro, o ator tem experiência com cinema e TV. De mega sucessos de
bilheteria a completos fracassos. De filmes muito bem avaliados pela
crítica a Na Companhia do Medo e Soltando os Cachorros. De 16 meses na
prisão a um salário de US$ 50 milhões em menos de 10 anos. De um vício
irrefreável em drogas e um péssimo comportamento a queridinho de
Hollywood.
Mas independente da qualidade de alguns
de seus filmes e dos problemas pessoais, é nítido o gosto de Downey Jr.
por papéis desafiadores e sua completa dedicação a eles, afinal que
americano seria indicado ao Oscar por interpretar Chaplin? E que branco
seria indicado ao Oscar por interpretar um negro?
Assim como ele, não tivemos nenhuma humildade para falar de seus
grandes momentos na telona, confira abaixo os 10 melhores filmes com
Robert Downey Jr.:1 – Assassinos por Natureza
Mallory (Julliete Lewis) e Mickey (Woody
Harrelson) formam uma dupla grotesca de serial killers. Eles empreendem
uma caminhada sem rumo, eliminando qualquer um que cruze seus caminhos.
O repórter sensacionalista Wayne Gable (Robert Downey Jr) dá a trama o
elemento chave, representando a mídia sufocante e massiva, e ajuda a
“lenda” a viver, popularizando a imagem do casal de psicopatas que
aterrorizou muita gente nos EUA na década de 60. O filme é baseado na
história do casal Charles Starkweather e Caril Ann Fugate, conhecidos
por terem assassinado 11 pessoas à tiros, sem demonstrar qualquer
remorso aparente. Terrence Malick já havia feito uma adaptação da
história em Terra de Ninguém, seu primeiro
longa-metragem. É possível perceber que Malick foi mais sutil na maneira
de retratar os assassinos, ao contrário do sensacionalismo forte da
obra de Oliver Stone. (Julyano Abnner)
2 – Zodíaco
Paul Avery (Downey) tinha boas fontes e
um faro treinado para investigações, o que era bem útil para seu
trabalho como repórter policial do San Francisco Chronicle. Mas nem
mesmo ele ficou imune ao assassino em série Zodíaco, que aterrorizou a
região no fim dos anos 60. Z gostava da atenção – tanto que exigia a
publicação de suas cartas e charadas que indicariam sua verdadeira
identidade. O jornalista interpretado por Robert Downey Jr. foi um dos
personagens envolvidos pela trama do assassino, uma investigação que
fisgou também o detetive David Toschi (Mark Ruffalo) e principalmente o
cartunista do Chornicle, Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), cujo
trabalho paralelo ao da polícia pode ter rendido a melhor conclusão
possível para um caso antigo, que deixou poucos sobreviventes e pistas
frias. Diferente de seus colegas de elenco, Downey não tinha qualquer
semelhança com o Avery da vida real e sequer pôde conversar com ele, já
que o repórter faleceu alguns anos antes do filme de David Fincher. O
que faltava em semelhança física foi compensado pelo timing sempre
competente do ator, que supostamente captou o espírito brincalhão do
personagem ao mesmo tempo em que teve liberdade para criar. Malandro,
sagaz e beberrão, o Paul Avery de Robert Downey Jr. é vai de alívio
cômico a um homem sombrio em uma trama densa sem finais muito felizes. (Nathália Pandeló)
3 – Trovão Tropical
Downey Jr. ficou com certo receio de
interpretar Kirk Lazarus, mas acabou aceitando o convite para a
felicidade geral dos cinéfilos. O resultado foram indicações ao prêmio
de Melhor Ator Coadjuvante no Oscar e Globo de Ouro, de 2009. Com um
personagem inspirado em Daniel Day-Lewis, Russell Crowe e Colin Farrell,
Downey Jr. ousou e se deu muito bem brincando de interpretar um ator
negro no meio de uma trama absurda e completamente hilária. (Tullio Dias)
4 – Chaplin
Robert foi indicado duas vezes ao Oscar, uma por Chaplin,
que homenageia o grande ator, diretor, produtor e roteirista Charles
Chaplin. Também foi indicado ao Globo de Ouro e venceu o Bafta como
melhor ator. Rob conseguiu fazer uma caracterização primorosa de
Chaplin, absorvendo praticamente todos os trejeitos do homenageado. Vide
a cena em que ele brinca com garfos e pães em um restaurante ou a que
ele dança com o chapéu-coco do vagabundo que Charles interpretou na
maior parte de sua vida. O filme é o ponto alto da primeira fase da
carreira de Downey Jr. mas acompanha o ator até hoje. Charles serviu de
inspiração para Rob até na composição de seu personagem em Homem de Ferro 3. Uma curiosidade: Geraldine Chaplin, filha de Charles, interpreta no filme sua própria avó, Hanna. (Aline Monteiro)
5 – Homem de Ferro
Convenhamos: o Homem de Ferro sempre foi
um super-herói do segundo escalão, tanto que só foi estrelar seu
próprio filme depois que colegas mais famosos – Homem-Aranha, X-Men – já
tinham trilogias inteiras nas costas. Sua sorte foi ganhar o rosto e o
talento de nosso amigo Robert Downey Jr, que transformou Tony Stark num
dos personagens mais divertidos e carismáticos do universo Marvel no
cinema — e viu sua carreira, que andava em baixa, reerguer-se de maneira
espetacular. Sua atuação como um improvável playboy com QI de Einstein,
perigote das mulheres e salvador do mundo nas horas vagas fez tanto
sucesso que o astro já está em seu quarto filme como Homem de Ferro
(embolsando estratosféricos US$ 50 milhões para vivê-lo em Os Vingadores) e tem sido cada vez mais difícil saber onde termina Tony Stark e começa Downey Jr. (Lucas Paio)
6 – Beijos e Tiros
Hollywood é excelente em fazer uma
paródia de si mesma, Beijos e Tiros não é bem uma parodia de Hollywood,
embora seja uma paródia do gênero policial. Na verdade é apenas um filme
de ação bastante engraçado e divertido, que depende muito de seu
protagonista, representado pelo Robert Downey Jr. O filme é sobre um
pequeno criminoso que acaba se passando por um ator e entra em
laboratório com um detetive (Val Kilmer), para entender o seu
personagem, nisso, eles se envolvem em uma bizarra rede de crimes. Uma
comédia ágil e inteligente, que embora não seja um filme grandioso,
funciona muito bem e diverte bastante. (João Golin)
7 – Os Vingadores
Tony Stark é o tempero especial de Os Vingadores,
ninguém pode negar. Se não fosse pela graça com que o herói ganha vida
pelo rosto e voz de Robert Downey Jr., a reunião do supergrupo teria
sido um fiasco. Mais do que tentar aprofundar os dramas pessoais do
Homem de Ferro, o cineasta Joss Whedon teve inteligência de aproveitar
da melhor maneira possível o talento do ator, que faz a diferença da o
primeiro minuto que entra em cena até o encerramento pacato dentro de
uma lanchonete. (Tullio Dias)
8 – Garotos Incríveis
Robert Downey Jr. é apenas um detalhe em Garotos Incríveis,
de Curtis Hanson. Na verdade, tudo perde sua importância quando
lembramos da canção “Things Have Changed”, de Bob Dylan, presente na
trilha sonora. Infelizmente não estamos aqui para elogiar (apenas) o Bob
Dylan. A trama do filme apresenta um professor (Michael Douglas) metido
a escrever nas horas vagas e que recebe a visita de seu editor (Downey
Jr.). A obra apresenta várias subtramas, como a aluna apaixonada pelo
mestre, um jovem prodígio, uma gravidez indesejada, além de abordar uma
crise de criatividade tão comum para qualquer pessoa que já tenha se
aventurado a bancar o escritor. (Tullio Dias)
9 – Morrendo e Aprendendo
Robert Downey Jr. não mostrou ser
versátil apenas por passar de presidiário a um salário multimilionário
em menos de cinco anos. Muito antes, na década de 90, os papéis
desafiadores já lhe chamavam a atenção, afinal, entre Chaplin, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, e Short Cuts, um filme do mestre Robert Altman, o ator realizou Morrendo e Aprendendo,
uma comédia água com açúcar na qual ele interpreta um jovem que um dia
passa a ver novamente os quatro “espíritos da guarda” que via quando
criança. Com muita relutância, ele precisa ajudar os seus quatro amigos
mortos a cumprir uma “missão” final, para que estes possam descansar em
paz.Mesmo em um romance que se encaixa perfeitamente na sessão de tarde
de hoje, é impossível não admirar a sua capacidade de literalmente
“encarnar” diferentes papéis (ao ser possuído pelos espíritos) e o seu
gosto pelos papéis desafiadores. (Larissa Padron)
10 – Sherlock Holmes
O detetive Holmes entra em encrencas e
depois precisa salvar o dia. Ele usa de sua inteligência e senso de
humor para escapar dos perigos – e, claro, conquistar a mocinha. Esse é o
Sherlock de Guy Ritchie, um personagem que cairia como uma luva para
poucos atores – e o melhor deles é Downey Jr. Mesmo em um filme marcado
pelo exagero do diretor (que funciona muito melhor nas ruas da Londres
moderna) e performances coadjuvantes pouco expressivas, Bob se garante
nas cenas de ação, na boa química com Jude Law (o caro Watson) e na
malandragem de um personagem rico em nuances, mas repetidamente levado
às telas há muitas gerações. Não dá pra negar: esse Sherlock tem
personalidade. (Nathália Pandeló)
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