Em 2013, foram registrados 939 homicídios no país e expectativa é que número abaixe ainda mais. Há suspeita, no entanto, que casos sejam maquiados pela polícia
Polícia em rua de Tóquio, no Japão: segundo a ONU, os baixos níveis de homicídio no país estão associados a uma sociedade estável e com baixa desigualdade
São Paulo - Dizer que o Japão está entre os países mais seguros do mundo não é uma informação surpreendente para ninguém . Mas mesmo passando por um longo período de letargia econômica - o que em várias nações é algo que contribui negativamente para as estatísticas criminais -, o país consegue manter as taxas de homicídio em 0,3 morte a cada 100 mil habitantes, uma das menores do mundo.
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Para a ONU, a baixa taxa está associada a uma sociedade estável e próspera, com baixa desigualdade e altos níveis de desenvolvimento.
Os números estão em constante declínio. Em 1955, a quantidade de assassinatos cometidos por homens japoneses era 10 vezes maior do que atualmente.
Segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão, o número de homicídios e de tentativas de homicídios caiu 8,8% em 2013, somando apenas 939 casos. No Brasil, foram mais de 50 mil em 2012.
No Japão, foi a primeira vez que o número ficou abaixo de mil desde a Segunda Guerra Mundial.
No relatório, a ONU elabora algumas teorias que poderiam explicar os baixos níveis de criminalidade. Entre eles, o baixo nível de posse de armas.
Estima-se que apenas 1 a cada 175 famílias tenham uma arma em casa. Por lá, a maioria dos tipos de armas são ilegais e as poucas que são permitidas têm restrições onerosas para comprar e manter.
Além disso, a rejeição do japonês à violência após a Segunda Guerra, o crescimento da riqueza sem a concentração de renda - comum em países desenvolvidos - e o estigma da prisão na sociedade japonesa contribuem para manter as taxas de homicídio em níveis tão baixos.
Desconfiança
Apesar do país ser conhecido mundialmente como estando entre os mais seguros do mundo, críticos dizem que os números positivos são mantidos baixos artificialmente.
Isto é, afirmam que a polícia japonesa atua para maquiar os dados, registrando assassinatos como suicídios ou acidentes.
Segundo reportagem do correspondente em Tóquio do jornal americano Los Angeles Times, a polícia desencoraja autópsias que possam revelar uma taxa de homicídios mais alta em sua jurisdição, e os médicos são pressionados a atribuir as mortes não naturais a motivos de saúde - geralmente, problemas cardíacos.
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