O fazendeiro Naoto Matsumura é o único morador de Tomioka atualmente
A cidade de Tomioka, localizada a 10 quilômetros da
usina nuclear de Fukushima e que desde o desastre está totalmente
abandonada, foi declarada nesta segunda-feira como zona parcialmente
acessível pelo governo japonês.
A medida pretende acelerar a reconstrução da cidade,
atingida pelo tsunami de 2011, e permitirá que 11,2 mil moradores, 70%
da população total de Tomioka antes do acidente, retornem
temporariamente às suas casas para limpá-las e reordená-las, após dois
anos de abandono, detalhou a emissora Fuji TV. "Finalmente
poderemos começar a reconstruir a infraestrutura da cidade", explicou a
emissora o prefeito do município, Katsuya Endo.
Desde a crise, apenas um homem, Naoto Matsumura, um
fazendeiro de 54 anos que sobrevive alimentado seus animais com
provisões doadas por diversas associações, permaneceu no município.
O governo dividiu a cidade, que se encontrava dentro do
perímetro de acesso proibido a 20 quilômetros da central nuclear, em
três categorias distintas com suas respectivas restrições. Aquelas áreas
que registram uma dose de radiação superior a 50 milisieverts por ano
foram qualificadas como zonas de "retorno proibido", e a entrada nelas
continua sem permissão. As que registram níveis entre 20 e 50
milisieverts por ano são as de "residência proibida", onde se autoriza o
acesso durante um número limitado de horas e não é permitido o
pernoite.
Finalmente, as zonas que registram menos de 20
milisieverts são aquelas "em preparação para o cancelamento da ordem de
evacuação". Nestas, onde o acesso também é limitado e não se pode passar
a noite, é onde o governo espera poder autorizar, em breve, o retorno
permanente dos residentes.
Tomioka é a oitava cidade em que o Executivo central
permite novamente o acesso parcial ou completo após o acidente na usina.
O terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do Japão no dia 11 de
março de 2011 provocaram na central o pior acidente nuclear desde
Chernobyl em 1986. As emissões radioativas forçaram milhares de
residentes em torno da usina a evacuarem suas casas e afetaram
gravemente à agricultura, a pecuária e a pesca local.
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